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«Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo seu Filho» (Heb 1, 1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. (Catecismo da Igreja católica nº 65)
Desde os primórdios, Deus sempre escolheu pessoas e meios específicos para transmitir sua mensagem, seu bem querer, o seu plano de Salvação: Abraão, Davi, Moisés até chegar no ápice, o Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo. "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade." São João, 1, 14
Em Cristo, é onde toda a mensagem, tudo que havíamos de saber para nossa Salvação, todos os meios de chegarmos ao Pai, nos foi dito. Além de revelar o caminho para o pai e selar tudo com sua vitória sobre a morte é o próprio Cristo quem delega aos apóstolos a missão e as instruções para dar continuidade à evangelização do mundo, não apenas em Israel, e sim para todos os povos.
É aqui onde entra a transmissão da nossa Salvação através dos Apóstolos. Antes da, ascensão de Cristo aos céus e do Pentecostes, Jesus Cristo manda os Apóstolos anunciarem para os quatro cantos do mundo, tudo o que Ele lhes tinha ensinado. Assim, o ofício dos Apóstolos é uma continuidade do anuncio do Reino de Deus que Jesus Cristo trouxe em sua primeira vinda. "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." São Marcos, 16,15
Como os Apóstolos fizeram isso? Impulsionados pelo amor a Jesus, e cheios do Espírito Santo, aceitaram a missão com a doação integral de suas vidas pelo anúncio do evangelho que testemunharam, através de pregações e também de vários textos sagrados onde foram autores ou narradores. Onde estavam um dos Apóstolos, aí também estava a mensagem de Cristo. Então, primeiramente, foi por meio das pregações e homilias, que eles difundiam o anuncio do reino de Deus e a Salvação que Cristo nos deu.
Quantos aos textos sagrados, com o passar do tempo, por inspiração divina do Espírito Santo, perceberam a necessidade de escrever tudo o que haviam presenciado, ouvido, experimentado da convivência com Jesus. E assim foi feito.
Mas e o antigo testamento? Como fica, já que não existia a Igreja e nem apóstolos para definirem o Canon bíblico? Então, é verdade que já existia um texto que era utilizado pelos Judeus, tanto é verdade que o próprio Jesus na sinagoga leu um trecho desses textos. Contudo, o que acontecia era o seguinte: Assim como a Igreja não “criou ou inventou” os textos do Novo Testamento, o mesmo aconteceu com os textos do Antigo Testamento, pois, aqueles livros (do antigo testamento) utilizados pela religião judaica, não estavam organizados numa lista pronta e universal, ou seja, existiam vários escritos considerados sagrados e válidos para todos os Judeus, entretanto alguns utilizavam um grupo X de livros e outros um grupo Y. Ou seja, apesar de professarem a mesma fé, não havia uma comunhão entre eles sobre quais livros usar, até que veio a Igreja e organizou esses livros, selecionando quais fariam parte do Canon bíblico e quais não fariam parte.
Porém, vale ressaltar um ponto importante, Não existe “Sagrada Escritura ou Sagrada Tradição”, ambas formam uma só expressão de fé da mesma Igreja. É como uma árvore e seus próprios ramos, assim como os ramos procedem do mesmo tronco, acontece também com as sagradas tradição e escritura. Todas são fruto da relação de Deus com seu povo.
Portanto, quando tivermos contato, seja com a Sagrada Tradição ou com as Sagradas Escrituras, tenhamos sempre a mesma atitude e sentimento de especial reverência e piedade. Tudo isso, não é por mero dever, mas sim porque ambas (reverência e piedade), nos abrem melhor o coração e alma para acolhermos Deus em nossa vida; estreitando nossa relação filial com o pai criador.
Por: Wander Araújo
Agente Pascom São Sebastião
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