Photo by Vincenzo PINTO / AFP
Entre seus vários simbolismos, ele representa a realidade celestial da Missa, que é um encontro entre o Céu e a terra
O incenso na Igreja: o que significa e por que é usado? Em sua rede social, o pe. Gabriel Vila Verde resumiu:
“O incenso usado na liturgia vem de uma tradição vetero-testamentária, pois, já no início da formação do povo hebreu, o Senhor pediu que o incenso fosse queimado diante da Arca da Aliança. O incenso também aparece no Apocalipse, quando o Apóstolo João vê a liturgia celeste onde os anjos seguram turíbulos de ouro nas mãos, e a fumaça sobe até o trono de Deus junto com as orações dos santos. Por isso a Igreja incensa o altar, o evangeliário, as oferendas, o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o povo, as cruzes e imagens dos santos: para manifestar a glória de Deus na terra através do sinal da fumaça”.
Elementos sensíveis na liturgia
De fato, o culto público da Igreja contém vários elementos sensíveis, isto é, que envolvem os nossos sentidos físicos.
Os mais óbvios são a visão e a audição, vinculados aos símbolos litúrgicos e ao canto, por exemplo.
Mas o próprio núcleo da nossa fé, que é a Presença Real de Jesus Cristo vivo na Eucaristia, envolve o nosso paladar.
O tato é impactado pelas posturas na oração particular e comunitária e por ritos litúrgicos que envolvem elementos tangíveis como a água no batismo ou os santos óleos na confirmação, na ordem e na unção dos enfermos, além da mútua entrega física dos cônjuges na vivência do matrimônio.
E quanto ao olfato?
Pois bem, o incenso é o elemento sensível que mais diretamente o envolve, embora a função principal do incenso não seja a de gerar “sensações olfativas” nos fiéis e sim a de simbolizar a sacralidade do que é incensado. Ainda assim, é fato que o aroma do incenso é profundamente marcante e ajuda a envolver todos os nossos sentidos durante a celebração da liturgia, elevando a nossa mente a Deus.
Sinais e símbolos
A respeito do papel dos sentidos na liturgia, o Catecismo da Igreja Católica ensina em seu número 1146:
“Os sinais e os símbolos ocupam um lugar importante na vida humana. Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e símbolos materiais. Como ser social, o homem tem necessidade de sinais e de símbolos para comunicar com o seu semelhante através da linguagem, dos gestos e de ações. O mesmo acontece nas suas relações com Deus”.
O incenso na Igreja
Em artigo para a edição de Aleteia em inglês, Philip Kosloski informa que o incenso já era um elemento importante dos cultos religiosos da antiguidade, incluindo o culto judeu ao Deus Único. No Tabernáculo e no Templo, de fato, o próprio Deus ordenou que fosse construído um “altar de incenso”. De acordo com Êxodo 30,8, Ele mandou o sumo sacerdote Aarão queimar “incenso perpétuo perante o Senhor ao longo de suas gerações”.
Uma célebre frase dos Salmos (141,2) também destaca essa tradição: “Suba a minha oração perante a tua face como o incenso, e as minhas mãos sejam levantadas como o sacrifício da tarde”. O Novo Testamento registra claramente a adoção do incenso pelos cristãos: no Apocalipse (8,4), São João descreve que “a fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus”.
A Igreja Católica, em resumo, preserva a tradição do incenso como elemento de profundas raízes espirituais que simboliza há milhares de anos a adoração a Deus. Além disso, ele representa a elevação das nossas orações a Deus e, principalmente, a realidade celestial da Santa Missa, que é um encontro entre o Céu e a terra.
fonte: aleteia.org
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